SEJA NOSSO APOIADOR



SEJA NOSSO APOIADOR
Pelo site https://apoia.se/mundorockdecalcinha
ou PIX mundorockdecalcinha@gmail.com

terça-feira, 19 de julho de 2011

Elas fazem rock desde o surgimento do danado - Parte 2


Como foi prometido, agora é a vez de falar da ‘gringalhada’ que desde os anos 1950 é muito bem representada por Brenda Lee, Wanda Jackson, Etta James. Bom, o ritmo vinha do soul e R&B, mas a atitude e algumas influências do rock já eram nítidas nas músicas. E assim a mulherada já conquistava espaço no cenário rock n’roll, enfrentando preconceitos, etc, etc.

Nos anos 60 Aretha Franklin encantava com suas interpretações emocionantes, inclusive ela foi a primeira mulher a fazer parte do Hall da Fama do rock n’ roll em 1987. E mais chic do que isso, é que Aretha foi convidada para cantar na cerimônia de posse do presidente americano Barack Obama no início de 2009, a canção escolhida foi a patriótica “My Country Tis of Thee”.

The Shirelles – a primeira banda de meninas

Em 1961 surgiu The Shirelles, a primeira girl group do mundo, formada por Shirley Alston Reeves, Doris Kenner Jackson, Beverly Lee e Addie ‘Micki’ Harris. O maior sucesso que ficou no topo das paradas americanas foi "Will You Love Me Tomorrow" e outro - regravado por muitos artistas - foi “Be My Baby”. Elas permanecem inesquecíveis durante quatro décadas e serviram de inspiração até para os Beatles, que regravaram “Baby It's You”. Atualmente é até impossível somar a quantidade total de discos, pois existem muitos “Best Of”. Mas isso é ótimo! Assim a obra das moçoilas continua imortal e fácil de encontrar nas lojas de todo o mundo. A explosão de Shirelles incentivou o surgimento de outras bandas formadas por mulheres: Supremes, Chiffons, Shangri-las, Marvelettes, The Crystals, The Ronettes – inclusive o falecido vocalista da extinta banda punk Ramones, Joey Ramone, era apaixonado pelo som feito por The Ronettes e regravou um hit das garotas chamado "Baby I Love You".

Janis Joplin causou no Brasil

Anos 60, liberdade sexual, uso da pílula anticoncepcional, os hippies, Woodstock e ela, Janis Joplin. Em 1967 Janis fez parte da banda Big Brother & The Holding Company. Seu estilo de cantar blues era influenciado por Bessie Smith e Aretha Franklin. Em 1969 Janis estava em outra banda chamada Kozmic Blues Band, mas não teve o estilo rock soul muito aceito, sendo até hoje considerado o mais fraco trabalho de toda sua carreira. Mesmo assim ela não desanimou e gravou com outra banda, dessa vez a Full Tilt Boogie Band. O álbum se chamava “Pearl”, lançado em 1971, mas Janis nem viu o lançamento, pois faleceu em outubro de 1970 por causa de uma overdose de heroína. Deixou sucessos inesquecíveis como “Piece of my heart”, “Mercedez bens”, entre outros. No mesmo ano - antes de sua morte - Janis veio ao Brasil pra tentar se livrar do vício da heroína e, em plena ditadura militar por aqui, ela fez topless na praia de Copacabana, foi expulsa do Copacabana Palace por que ficou peladona na piscina, esteve na Sapucaí e dizem as más línguas que ela teve um caso com o cantor Serguei. ECA!

As mulheres do punk ao new wave e de quebra o heavy metal

O punk surgia, e em 1975 a americana Patti Smith lançou seu primeiro CD que foi um sucesso logo de cara e até hoje ela é considerada uma das mulheres mais influentes do rock n' roll com total atitude punk.

Com elementos do punk surgia o estilo glam rock, no final dos anos 70, influenciando bastante na moda: roupas coloridas, cabelos coloridos, posers total. E assim o mundo conheceu uma ótima safra criativa: Blondie, The B-52's, Cyndi Lauper, Eurythmics.

Derivado de elementos punk e new wave, mas com pitadas mórbidas, principalmente nas letras, surgiu o movimento gótico nos anos 80 e a banda que mais representa o estilo é Siouxsie & the Banshees com Susan Ballin nos vocais.

No início dos anos 80 o heavy metal e o hard rock pegavam fogo, e a Lita Ford após o término da girl group The Runaways investiu na carreira solo. Heart surgiu em meados dos anos 70 e seu estilo hard rock contagiou públicos do mundo inteiro e teve reconhecimento com o hit “If look's could kill”. 

A banda setentista Girlschool também detonava! Até hoje The Runaways e Girlshcool são ícones que influenciam muitas meninas que pretendem formar bandas, inclusive Brett Anderson, Allison Robertson, Maya Ford e Torry Castellano seguiram suas ídolas quando resolveram criar The Donnas nos anos 90. Voltando a falar de Girlshcool, Enid, Kim, Denise e Jackie (substituta de Kelly Johnson que faleceu em 2007 em decorrência de um câncer na espinha) acabam de lançar o novo CD "Legacy", aqui no Brasil pela Hellion Records, com participações especiais de Lemmy Kilmister, Ronnie James Dio, Tony Iommi, Fast Eddie Clark, entre outros feras do rock e metal. Depois de anos esperando, Girlschool veio ao Brasil pela primeira vez em março de 2011, no Festival Rock Feminino.

L7 e Hole na era grunge e Riot Girl
Anos 1990 chegaram, o grunge surgiu com força total e junto com ele o L7 e Babys in Toyland fortaleceram o movimento feminista chamado Riot Girl – que já era muito divulgado por Bikini Kill - com letras que falam de estupro, abusos sexuais, direitos da mulher, sexualidade e homosexualidade. Sem sombra de dúvida L7 foi a mais famosa banda do movimento grunge e grande divulgadora Riot Girl. A banda esteve no Brasil durante o Hollywood rock em 1994. A fundadora do L7, Donita Sparks, esteve no país em 2008 de seu novo projeto The Stellar Moments, ao qual também participa Dee Plakas (ex-L7).

Jennifer Finch antes de fazer parte do L7, tocava na banda Babys in Toyland e a Courtney Love também era dessa banda, mas aí ela saiu pra formar a banda Hole. Claro que a Courtney não saiu na paz, ela arrumava treta sempre e a criadora da banda, Kat, acusava a moça de ter se apropriado de suas idéias.

A banda Hole foi criada na sequência por Courtney Love, viúva do Kurt Cobain, da banda Nirvana. Bom, a moçoila sempre foi pra lá de polêmica, brigou com muita gente, se envolveu em muitos escândalos principalmente drogas, e é considerada uma Yoko Ono dos anos 1990 e muita gente ainda acusa Courtney pela morte do Kurt – não que fosse assassina, mas por pressão psicológica e falta de companheirismo, do tipo bom relacionamento entre marido e mulher mesmo. A baixista Melissa Auf Der Maur tocou na banda Hole e depois foi escalada para turnê do Smashing Pumpkins e atualmente investe na carreira solo que é muito bacana.

Novidade no rock e o surgimento do Emocore

Em 1997 surgia a banda americana The White Stripes com a Meg White na bateria. Fizeram ‘boom’ no mundo da música em 2000. O som era inovador, garage rock, indie rock com muito blues punk e outros componentes. Uma novidade no mundo do rock com diferencial: formação apenas com Meg e Jack White. Eles não são irmãos como muitos espalharam aos quatro ventos, pois registros confirmam que eles foram casados por quatro anos e se divorciaram em 2000. Ah! Meg agora casou com o filho de Patti Smith, Jackson Smith, em 22 de maio de 2009. Jack casou com uma modelo chamada Karen Elson em uma cerimônia xamânica no Brasil em 2005. Jack e Meg são moderninhos né?
Em 2004 um novo estilo que muita gente não acreditava que ia durar muito tempo, mas está por aí firme e forte é o Emocore (abreviação do inglês emotional hardcore, ou seja, hardcore emocional). Esse estilo musical também trouxe uma nova moda ou nem tão nova assim entre os adolescentes: all star (muito usado nos anos 80), tecidos listrados, bandanas (também muito usadas nos 80), cabelos coloridos (rosa, laranja, azul, roxo) igual a época glam rock, franjas. A banda de maior sucesso da atualidade no estilo é a americana Paramore, liderada por Hayley Williams, que esteve no Brasil pela primeira vez em outubro de 2008 e retornou em dezembro de 2010. A Hayley já mudou tanto a cor do cabelo que é até difícil saber qual é a coloração natural das madeixas da moça. Aqui no Brasil tem uma banda similar, chamada Fake Number, que assinou contrato com Arsenal Music (do Rick Bonadio). A vocalista Elektra faz performances bem parecidas com as de Hayley - inclusive a maneira de vestir.

E quanta gente representa o rock feminino hein! Roxette, Nina Hagen, The Motels, Katrina & The Waves, Joan Jett, The Pretenders, Pixies, Pj Harvey, Doro, Tarja Turunen, Lacuna Coil, After Forever, Lacrimosa, Garbage, No Doubt, Distillers, The donnas, Binkini Kill, Evanescence, Meldrum, Juliette and Licks, Otep, Kittie, entre outras e outras e outras. UFA! É impossível falar a história de cada uma em apenas uma edição  aqui no site, mas o legal é que teremos outros muitos encontros por aqui para abordarmos com mais detalhes assuntos dessa galera que tem feito parte da história do rock.

fotos: internet/divulgação

Leia a parte 1 AQUI


Um comentário:

Fabio Ross disse...

Acho excelente esse registro. Mulheres no rock, infelizmente, são "moscas brancas". Eu sempre quis incentivar que as garotas fizessem rock, não só nos vocais, mas empunhando guitarras, baixos e baquetas.

Já montei algumas bandas, sempre quis recrutar uma garota, mas sempre esbarro no mesmo problema: escassez de "oferta". E não faço isso por que eu queira parecer liberal, diverso ou moderno. As mulheres tem visão emocional muito mais profunda que os homens. Assim, penso que elas são muito mais adequadas para criar, fazer música, inventar coisas. Mulheres são artistas inatas.

Se você que está lendo esse comentário for mulher, aceite esse conselho: você é "o cara", aprenda a tocar um instrumento, vá de cabeça. Garanto, não vai se arrepender.

Mas se você for homem, aceite esse outro conselho: ouça-as!