Antes de falar sobre a história do meu ‘kiriiido’ Rádio, gostaria de tentar expressar tudo o que sinto em relação a este veículo de comunicação. Desde criança sempre curti música, nunca me liguei muito em vídeos (tevê, filmes, etc). Sempre ouvia o rádio e tinha muita curiosidade em conhecer o interior de uma. Fui crescendo, e sempre acompanhando tudo sobre rádio. Até que em 1997 conheci muita gente de um chat, ainda por browser, do extinto 89 Rockwave e depois de um ano eu promovi a festa dos chatters. A 89 FM me convidou pra ir até lá pra eu conhecer os estúdios e retirar alguns brindes para a nossa festa. O coração bateu forte inesperadamente quando entrei no estúdio e o locutor falava as últimas notícias rock n’roll. Conheci tudo: setor de promoção, jornalismo, sala de internet (na época ainda era tudo muito novo). Ali, naquele momento de julho de 1998, eu tive a certeza que amo o rádio.
Os anos se passaram, milhares de acontecimentos bons e ruins em minha vida, me formei em Administração de Empresas, até que comecei a ter contato com o jornalismo em internet (os primeiros passos mesmo), criei o MundoRock.net em 2000, até que no final de 2004 fui convidada para apresentar um programa sobre rock numa web-rádio dedicada aos brasileiros residentes no Japão. Alguns meses depois, por causa de problemas internos da rádio que atrasavam meu programa no ar e às vezes nem transmitiam mais, resolvi continuar o programa “Mundo Rock” dentro do meu site mesmo. Foram dois anos muito bacanas, com mais de 450 bandas independentes apresentadas. O ciclo se fechou, do tipo “deu no que tinha que dar” , e eu queria algo novo, ainda no rádio – até então resolvi fazer curso de locução para rádio e tevê / Radiojornalismo em 2006. Em maio de 2007 criei o programa Mundo Rock de Calcinha, totalmente dedicado ao rock feminino, sabendo que rádio na internet ainda passa pelo mesmo estágio de dificuldades que o rádio convencional vivenciou quando começou atividades (ninguém acreditava no rádio). Bom, tudo tem sido um puta laboratório que talvez eu não aprendesse em veículo de comunicação algum e como essa área é muito complicada, ainda mais pra mulher (locutora), sigo em frente com o programa na grande rede contando com a participação de todo mundo que sempre acompanha esse trabalho que tanto amo. Atualmente estou finalizando o curso gradução em jornalismo, mas pretendo – claro – fazer pós em rádio!
E agora segue o meu texto sobre a história do rádio.
O RÁDIO NO BRASIL
Em 07 de setembro de 1922 era comemoração do centenário da Independência do Brasil. A Westinghouse Eletric International instalou no alto do Corcovado, no Rio de Janeiro, juntamente com a Companhia Telefônica Brasileira, uma estação de 500 watts, sendo a primeira emissão radiofônica do Brasil com discurso do então presidente Epitácio Pessoa.

Em 1930 o sonho dos artistas era cantar no rádio e esse veículo lançou no mercado Carmem Miranda que em pouco tempo tornou-se a cantora mais famosa do Brasil. Programas de calouros descobriram talentos como Roberto Carlos, Luiz Gonzaga e Chico Anísio.
Getulio Vargas autorizou a inserção de publicidade no rádio em 1932 e assim surgiram programas de variedades que influenciaram diretamente o comportamento das pessoas. Ademar Case, avô da atriz Regina Case, criou o primeiro jingle comercial da rádio brasileira: "Oh padeiro desta rua / tenha sempre na lembrança / não me traga outro pão / que não seja o pão Bragança”. Nascia então a rádio comercial, visando o lucro. Nessa época o rádio mostrou a sua força transmitindo noticiário sobre política e o mais conhecido repórter era César Ladeira.
A programação musical era feita ao vivo, com público atento no auditório nas apresentações dos cantores como Francisco Alves, Dircinha Batista, entre outros. Ainda em 1932, Osvaldo Diniz Magalhães apresentava aulas de ginástica. O sucesso foi tamanho e o programa ficou no ar durante 51 anos.
Programas de humor foram criados, pioneiros na técnica do improviso, e lançaram personalidades que fizeram parte do início da história do rádio no Brasil e posteriormente muitos deles fizeram sucesso na televisão, entre eles: Jô Soares, Lauro Borges, Jararaca e Ratinho, Silvino Neto (o homem das mil vozes que representava vários personagens), Manoel da Nóbrega, entre outros.
Na década de 50 o rádio comprovava que a improvisação era realmente a chave do sucesso e aguçava ainda mais a imaginação dos ouvintes, abrindo espaço para as rádio novelas e com elas a sonoplastia era mais utilizada dando vida à trama. A Rádio Nacional irradiou a primeira rádio-novela do Brasil, em 12 de julho de 1941, chamada “Em busca da felicidade” (que ficou no ar durante três anos). As atrizes que interpretavam as vilãs sofriam, pois sempre que eram reconhecidas na rua ouviam muitos desaforos. O rádio tornou-se uma verdadeira agência de atores, os emprestando ao cinema. A rádio-novela de maior sucesso no país foi “O direito de nascer”, do escritor cubano Félix Caignet, e ficou no ar durante dois anos pela Rádio Nacional. Na tentativa de fisgar também o público masculino, foram criados seriados de aventuras, entre eles: “Jerônimo, o herói do sertão”. As novelas roubaram o espaço das atrações musicais e ganharam críticas em forma de sátira na música “Coitado de quem tem rádio e não pode variar” da dupla Joel e Gaúcho.
A música foi levada às telas dos cinemas, servindo de trilha sonora, e então aos poucos retornou a ocupar espaço nas rádios, principalmente por causa do sucesso do cantor Francisco Alves (considerado o rei do carnaval). A música, também se tornou muito importante para jingles comerciais.
Da década de 30 a 50 o rádio brasileiro viveu a era de ouro e tudo o que acontecia passava pelas ondas do rádio. Em 1938 aconteceu a primeira locução esportiva ao vivo durante a Copa do Mundo, na França, pela Rádio Clube do Brasil, narrada por Leonardo Gagliano Neto que contagiava de emoção todos os ouvintes. Nessa época prevalecia o modelo de narração criado por Nicolau Tuma, o gol era curto. O ‘goooool’ longo surgiu em meados da década de 40, lançado pelo locutor esportivo Rebello Júnior, apelidado “Homem do Gol Inconfundível”.
Nesta mesma época, o Estado Novo começava a esboçar uma estratégia de cativação populista, e a música brasileira dominante no período - principalmente as marchinhas de carnaval - foram muito incentivadas. Mas a música brasileira não se limitava às marchinhas, que tiveram seus ídolos indiscutíveis, rendendo a famosa "rivalidade" das cantoras Emilinha Borba e Marlene. Em 1953 Emilinha foi consagrada Rainha do Rádio, pela Rádio Nacional.
Em 1941 surgia o Repórter Esso, “a testemunha ocular da história”, que marcou época devido a uma série de fatores que consideraram a notícia em seus mínimos detalhes, cumprindo com seu slogan em realmente acompanhar e fazer parte da história do país. O Repórter Esso ficou no ar durante 27 anos e era patrocinado pela famosa companhia norte-americana de combustíveis, que lhe emprestava o nome. As notícias eram redigidas pela United Press International, e traduzidas para o português pela equipe do informativo. Era o principal veículo de informação sobre os fatos internacionais, sobretudo a Segunda Guerra Mundial e a Guerra do Vietnam. Em 1942 surgiu a Rádio Tupi que transmitia manchetes dos jornais e ficou conhecida como jornal falado.
O Rádio passou por várias dificuldades, principalmente com o surgimento da tevê em 1950 - quando foi deixado em segundo plano - mas sobrevive até os dias de hoje e continua sendo a principal mídia que desde o seu surgimento influencia a cultura brasileira, abordando assuntos sobre música, teatro, política, economia, esportes, sendo por excelência prestador de serviço à sociedade e faz parte da vida de quase 90% dos domicílios brasileiros, despertando cidadãos logo cedo, informando sobre a previsão do tempo, congestionamentos no trânsito, numa verdadeira audiência global do Iapoque ao Chuí de maneira clara, objetiva e instantânea.
Quando falamos 86 anos, parece muito tempo, mas o Rádio é ainda um jovem senhor que de maneira muito rápida passou por várias transformações evoluindo sempre. E com a chegada da Internet a radiodifusão aproveitou ainda mais as contribuições dos ouvintes, o tornando também falante para intervir e contribuir no processo como forma de comunicação mais democrática. Assim, a radiodifusão tem se firmado como extensão do homem que pode ouvir, mas também pode falar.
Em 2000 foi lançada a primeira Rádio Web ao vivo do Brasil, durante a Fenasoft em São Paulo, chamada Rádioficina. Ultimamente, esse jovem senhor dá os primeiros passos na estrada da era digital e com toda certeza será mais um capítulo na história da evolução da radiodifusão brasileira.
beijocasss
Gi
Um comentário:
topa parceria com minha radio??
www.radiorockaina.blogspot.com aguardo resposta;
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